segunda-feira, 2 de maio de 2011

Em 3 meses, mais de 500 acidentes de trabalho





Em 28 de abril de 1969, uma explosão em uma mina nos Estados Unidos matou 78 trabalhadores. A tragédia marcou a data como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho.


Com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu em 2003, a data como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho. O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), de Lages e região da Amures, através das notificações de acidentes detrabalho, mostra que a quantidade de acidentes aumenta a cada ano.


Em 2009, 1.586 acidentes foram notificados, destes oito foram fatais; em 2010 esse número passou para 2.114, sendo que 13 pessoas morreram e somente nos primeiros três meses de 2011, o órgão já registrou 587 acidentes, dois tiveram vítimas fatais.


“Se compararmos o primeiro trimestre de 2010 com 2011, houve um aumento de mais de 70acidentes. Os números aumentaram devido ao trabalho efetuado pelo Cerest na notificação dessesacidentes, pois antes eles eram desconhecidos”, afirma o gerente do órgão, Paulo César Arruda.


Ele acredita que o aumento também se deve à falta de segurança, treinamento e capacitação dostrabalhadores. “Essas estatísticas refletem nas más condições gerais de trabalho e desatenção dostrabalhadores nas atividades que estão desenvolvendo”, complementa.


Arruda lembra que as empresas devem fornecer, treinar e fiscalizar o uso dos equipamentos desegurança. O trabalhador pode ser demitido por justa causa, se recusar a utilizar os equipamentos.


“Tem os dois lados, a empresa deve oferecer segurança, mas se o trabalhador não usar os acessórios isso pode causar sua demissão. Em Lages, trabalhadores de uma obra já foram demitidos devido ao não cumprimento dessa obrigação”, coloca.


Segundo o gerente, mais de 60% dos postos de trabalho da Região Serrana são do tipo braçal. A Organização Internacional de Trabalho, aponta que quanto mais o trabalhador usa força, maior a probabilidade de acontecer acidentes.


Mesmo com uma média de sete acidentes de trabalho por dia, Arruda ressalta que muitos não são notificados ao Cerest. O órgão abrange em torno de 300 mil trabalhadores da região da Amures.


“Já fizemos capacitações com os municípios mas a maioria dos acidentes não se tornam oficiais. Lages e Otacílio Costa são as cidades que mais notificam acidentes”, finaliza.




Lages, 28/04/2011, Correio Lageano, por Susana Küster


2 comentários:

obrigado por opinar